- Gian Marelli! - exclamou o professor louco de português, enquanto ia entregando os trabalhos para os alunos que já haviam sido chamados e iam até a mesa dele para pegá-los. Levantei e caminhei tranqüilo até a sua mesa.
Peguei a folha. Ele disse, sorrindo:
- Muito bom, Gian!
Olhei para ele, sorri com modéstia.
- Obrigado.
- Muito bom, legal mesmo cara! - ele enfatizou.
Mantive o sorriso. Olhei para a classe: mais ou menos trinta alunos me fitando. Uns sorriam, outros estavam sérios. Reconhecimento. Admiração.
- Obrigado!
E caminhei até o meu lugar, o peito inflado. O sorriso simples, mas completo.
“Desta vez era para ir à uma rave em Lomba Grande, e eu nunca havia estado em uma rave.
Eram conhecidas de não-sei-quem e estavam ali para ir pro mesmo lugar que nós. Depois de mais duas cervejas ouvindo aquele papinho, embarquei no carro e partimos.
(A última frase foi sublinhada em vermelho pelo professor. Do lado esquerdo da margem estava escrito, no mesmo vermelho: “muito bom”!
“Acabaram os cigarros e o sono veio até mim com aquela conversinha agradável e relaxante.
Convenci-os a ir embora e, pisando na lama, fomos para o carro.
Entretanto, eu desconfiava que talvez não viesse a cumprir a promessa”.
11/11/08
4 comentários:
agnt sempre promete mas sempre acaba se metendo novamente hahaha
bjo
feliz 2009
minha prof de geografia fez pior, ela pegou meu trabalho e foi la na frente da turma e falou ate não querer mais ¬¬
Rapaz, você realmente sabe contar uma estória. Poucos tem esse talendo, e você está seguindo o caminho certo. Gostei muito da relação que fizestes entre situação em que o texto foi escrito(para a aula de português) e a o texto em si, a situação vivida, a transposição de uma experiência em palavras.
Em relação ao que retratastes no texto, tive uma identificação muito grande com a situação. Foram várias, e várias vezes as quais saí e não me senti bem num lugar, como se fosse um ser anômalo aí. Minha solução não é muito diferente da que narrastes.
E como nem tudo são flores, acho que, às vezes, vc poderia ¨secar¨ um pouco o texto, tirando passagens que, na minha opinião, ficaram supérfluas e estranhas a narrativa, como ¨...que uma criança certamente não ia apreciar”. Creio que o seu leitor já saiba do que se trata, a metáfora soa meio inútil. Mas é o seu jeito de escrever, quem sou eu para censurá-lo.
Continue escrevendo que continuarei lhe visitando...
Abraços.
São incontáveis as vezes que passei por situações parecidas.
É uma das piores sensações que existem: "Aqui não é o meu lugar".
Parabéns pelo texto.
E obrigada pela visita!
Beijos
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