- Gian Marelli! - exclamou o professor louco de português, enquanto ia entregando os trabalhos para os alunos que já haviam sido chamados e iam até a mesa dele para pegá-los. Levantei e caminhei tranqüilo até a sua mesa.
Peguei a folha. Ele disse, sorrindo:
- Muito bom, Gian!
Olhei para ele, sorri com modéstia.
- Obrigado.
- Muito bom, legal mesmo cara! - ele enfatizou.
Mantive o sorriso. Olhei para a classe: mais ou menos trinta alunos me fitando. Uns sorriam, outros estavam sérios. Reconhecimento. Admiração.
- Obrigado!
E caminhei até o meu lugar, o peito inflado. O sorriso simples, mas completo.
“Desta vez era para ir à uma rave em Lomba Grande, e eu nunca havia estado em uma rave.
Eram conhecidas de não-sei-quem e estavam ali para ir pro mesmo lugar que nós. Depois de mais duas cervejas ouvindo aquele papinho, embarquei no carro e partimos.
(A última frase foi sublinhada em vermelho pelo professor. Do lado esquerdo da margem estava escrito, no mesmo vermelho: “muito bom”!
“Acabaram os cigarros e o sono veio até mim com aquela conversinha agradável e relaxante.
Convenci-os a ir embora e, pisando na lama, fomos para o carro.
Entretanto, eu desconfiava que talvez não viesse a cumprir a promessa”.
11/11/08